terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ao invés da burocracia, confiança e cobrança

O avanço das coisas públicas deve ser como uma carroça em que um elástico une o cavalo à carga. o apressado do passo demora a chegar no que realmente importa - a carga. Muita coisa tem melhorado eu acho nos governos e nessas coisas, mas pra uma cultura gerencial chegar as bases de funcionamento da administração pública ainda está longe. as pessoas que executam as políticas ´públicas, os servidores que agente paga, são em geral (mas nem sempre) embebidos de uma cultura organizacional que previlegia os processos e não os resultados. O importante é encaminhar corretamente o ofício, pegar o carimbo, protocolar o efetuado, encaminhar no prazo para o setor responsável. Se nada funcionar, se nada der certo, não importa, você fez sua parte e cumpriu o protocolo. Como se as formas existissem para si e não para servirem a um propósito, em função do qual fossem sempre revistas e refeitas, e até burladas para o bem comum. Uma cutura de resultados, gerencial, ainda está longe da base da pirãmide do funcionalismo. Uma cultura que descentralize a responsabilidade e instaure a cobrança imparcial, com base em resultados. Descentraliza o recurso, põe na mão do servidor, e cobra o resultado. Ela fará o mesmo com seus funcionários, criando um corpo gerencial p ara o funcionalismo. Mas não. Com medo de que o cara roube, se faz um enorme caminho para que os recursos cheguem onde são demandados. A burocracia que tanto foi importante no esforço de combater o clientelismo e o estado patrimonial virou um rato de laboratório correndo numa esteira, vive para si, enquanto as pessoas na base que tentam de verdade implementar as propagadas políticas públicas penam para o fazer, demandando um pouco mais de confiança, para que se descentralize a administração.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

SPLASH FLASH LIGHTS

O sereno subindo em fumaça logo cedo. Centenas de poças dágua, umas pela altura do guidão. 5 quedas, duas feias. Guidão amassado, carter trincado, uns caras gente fina que me arrumam um litro de óleo. Umas 20 reposições de óleo. Gambiarra nos cicuitos do motorde arranque, sentado na ponte do rio madeirinha, que bombava, jorrava o marasmo do verão seco longe. Numa curva uns 200 metros do rio sobre a estrada. Moto pesada. To todo moído. O gado destrói a amazônia, mas num baixão que passei a vista do pasto, com as montanhas de mato no fundo, bonito. Solidão dos bois quevivem bem, até que morrem. Um ceuzão estrelado acima, fui olhar e quase caio. Cair não é bom não. Mas faz parte. No atoleiro, três motoqueiros, juntos passamos a moto de um de cada vez. E era a primeira vez que eu andava de moto, não queria que eles percebecem. Acho que enganei bem. Falei que tava empenada. ´ndios gavião na estrada, de tarde, terra deles. Eu não achei que não ia chegar. Depois 30 km de asfalto, muita chuva no olho. Meu olho ficou muito vermelho, no restaurante achavam que eu fumara maconha. só faltava.
Uma mulher sozinha em seu caminhão amarelo puxa madeira nesses confins de mato grosso.