quarta-feira, 25 de março de 2009

Pesquisadores Wajãpi

Trabalhei por dez dias com quatro pesquisadores Wajãpi, Japu, marãte, nazaré e Patiré. São parte de uma turma de 19 jovens pesquisadores, que são formados há algum tempo, e que pesquisam dimensões, assuntos, vias de acesso do conhecimento tradicional Wajãpi. Eles tem o desafio de sistematizar informações e de ver seu saber como um sistema, que pode ser comparado ao conhecimento dos brancos, já que são sistemas diferentes. Japu pesquisa as narrativas sobre o YvY Popy, a borda da terra, o local onde a terra, plana, termina. Lá as borboletas amarram com cipós o céu para que este não caia, e lá é possível ver as borboletas em sua forma essencial, como gente. Ele deve seguir pesquisando outros assuntos do céu, da casa do urubu de duas cabeças (ver narrativa neste blog), de para onde vamos ao morrer.
Marãte pesquisa os Mijarã posã, plantas que usadas para se afastar o panemã, para trazer sucesso nas caças. Após entrevistar vários velhos sobre as formas de uso destas plantas, pretende agora entrevistar jovens para ver como este saber é ou não praticado na geração seguinte, e por que. Nazaré, mais velha e com uma certa dificuldade em escrever e falar português, estuda o algodão. Da onde veio a semente do algodão (de uma ferida do deus mítico, do Yvy popy, diferentes hipóteses), e quem ensinou o trabalho com o algodão, o tecer. patire pesquisa os sinais, assim ele traduz mas esta tradução como tantas outras não é eficiente. São entes, que ele pesquisa se são como pessoas, que avisam sobre coisas: se alguém está chegando, se alguém vai morrer. O coamba cantar de noite, encontrar um jabuti gigante, um tamandua vir na aldeia, são sinais.

sábado, 21 de março de 2009

pé d´ouvido

Notícia no município de Oiapoque: Veterinário é nomeado secretário de saúde (detalhe: é verdade); corinthians desmonta TODO o time feminino por falta de verbas. A folha de pagamento das mina girava entre 70 e 80 mil mensais, e o merda do Souza ganha 120 mil por mês. Henrique promoveu churrasco no qual Mario se encontrou embriagado lá pelas tantas, mas foi salvo por uma costela de porco saideira. Nenhuma manga caiu na minha cabeça, ainda. Tomo açaí todo dia, espero não pegar doença de chagas. O futebol de rondônia está em crise. Na fronteira do Brasil com o Peru está a maioria dos povos isolados do mundo

quinta-feira, 12 de março de 2009

Coisas do Brasil

Acho que no Brasil inteiro se rouba dinheiro público, mas aqui a coisa é muuito na cara lavada. Segundo dizque, o Waldez góes, governador do estado (reeleito) comprou tanto voto com vales combustível que o estado não tinha lastro pra pagar os vales. Um amigo meu não foi para um interior trabalhar porque os carros do estado não tinham gasolina. A petrobrás cobra dívida do governo - dos vale votos - para enviar gasolina pros carros públicos.
o mesmo Waldez responde em brasília a um processo de cassação por suposta (escancarada) fraude eleitoral. Só que ninguém em Macapá sabe!! A mídia local, que parece folheto informativo/publicitário do governo, não citou nem uma linha desse processo. A revista Veja divulgou reportagem sobre o processo de cassação, e Waldez mandou recolher todas as veja da cidade. Pra reprimir a Veja é porque o negócio é feio né?