quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cada casal, cada universo, cada qual (des)igual

Matt dirigia seu busão pelas ruas de toronto faziam já dezesseisanos, ele era simpático e bonachão, um puta dum cara engraçado com um senso de humor de papai noel, ele dirigia por ruas passando por cima dos trilhos de uns bondes que ainda hoje cruzam ruas principais dando um charme sensacional nessa cidade boa do mundo, numa parte do ano ruas cheias de gelo, e no verão um belo de um sol de perto do polo.
 Matt gosta de video games de guerra on-line, ele disputa tiros com pessoas do mundo todo e acha isso fantástico. Ele tem um aquário com vários peixes coloridos todos ele vindos do mesmo lago da África, e tem o maior tesão nessa história. Tem orgulho do uniforme da companhia pública de transporte de TO, mas acha que ganha pouco, salva sua grana sempre sonhando em comprar um novo veleiro, pesquisa vários na net, quer velejar pelo grande lago no verão, seu último barco vendera por não arcar com o preço da Marina, era de casco vermelho.  Gosta de ver fotos suas antigas com motos style. Hoje em dia compartilha várias fotos de antigamente no facebook, fotos fantásticas, de um canadá provinciano.
        Se sentindo sozinho e pensando muito numa mulher do seu lado Matt achava que não se daria bem saindo por baladas, abordando garotas, não era a melhor forma. Teclava. Se apresentava pela NET, escondido atrás da tela e confiando na primeira impressão que causavam suas palavras. Ele confia em seu coração e em suas piadas, e sabe que não é nenhum brad pitt. O império da beleza reverbera ecos inseguros no peito de pessoas por aí. Saiu com algumas pessoas nesses encontros, não sei como se saiu. Mas num desses encontros conheceu marie.

Marie vinha do canadá francês, montréal, e matt do inglês. Marie tinha já seus 50 e poucos anos, e ficava um pouco aflita com o mercado de trabalho para ela no médio prazo, com a idade que tem, sem muitas reservas. Mas nada demas, aflição tranquila, da vida. Trabalhava como vendedora numa grande loja de roupa feminina. Temia a concorrência de chinesas ao seu emprego, dizia que elas topavam trabalhar muito mais por muito menos, e que isso era muita falta de solidariedade corporativa, que iria jogar os salários para baixo e prejudicar todos. Mas eu não achava ela xenófoba. 
Marie adorava o humor de Matt e ria um monte de suas piadas. Ria desleixada do jeito dele de mulecão, e ele se esforçava muito na etiqueta do convívio para reprimir um pouco, um pouco saudável, essa molecagem que vazava de seu olhar. Matt amava o jeito light dela viver. Via o amor dele bombando, acho que ele gostava mais que ela. Eram um casal engraçado, que curtiam a vida num gostoso AP de frente para a praia do lago, woodbine station.  Era um amor simpático de ver de fora. (para quem não imaginava a ativez sexual do casal, foi engraçado ouvir ela gritando numa fria manhã de domingo). 
    Marie trocou Matt por um francês, na versão de matt. Ele ficou arrazadão. Entendo o pessimismo dele na perspectiva de encontrar outra. Fiquei curioso em conhecer o Francês. O que ele tem?
Matt especula um novo barco. Blasfema umas tristezas, e pouca coisa importa nessa vida.