domingo, 18 de abril de 2010

OS TUPI KAWAHIVA

Vários cantos da amazônia foram desbravados muito depois da colonização efetiva do resto do Brasil. Alguns cantos só no início do Século 20, com o exército da borracha. Na explosão do fordismo, a única fonte de borracha da indústria yankee era a amazônia. A entrada dos exploradores brancos nesses rincões causou sempre vários rearranjos na ocupação indígena, pelas guerras com esses invasores, epidemias, e pela inserção política dos brancos nas guerras dos próprios índios, se aliando a uns contra outros. Foi uma total reorganização da ocupação indígena.
No pontal Mato Grossense, aquela pirâmide que tem em cima do Mato Grosso, as primeiras informações registradas de viajantes são do início do século 18. Cuiabá já era uma cidade conhecida, e de lá eles subiam de barco pesquisando ouro até lá em cima (imagina as viagens que fizeram esses caras), vasculhando o que hoje é o limite com o estado do Amazonas. Lá nesse pontal tinham os índios Apiaká, os Kawahiva e os Mundurukú, e com certeza outros. Os kawahiva começaram a migrar para oeste em função destes embates com brancos, e em função da aliança destes com os Munduruku, seus inimigos caçadores de cabeças-troféu.
Juntando pedaços dos relatos variados, se descreve a migração dos kawahiva para oeste, até chegarem onde hoje é o noroeste do MT, sudoeste do AM e Rondônia. Migrações tupi em geral em levas, ao longo do tempo, chegando ali entre 1800 e pouco e 1900, espalhando diferentes grupos por diferentes lugares.
Procurando sossego por lá, continuaram a se embater com a chegada da colonização. Os Parintintin, povo kawahiva, viveram várias guerras onde hoje é a cidade de humaitá. A galera caçava os índios, e eles revidavam como podiam. Outros grupos Kawahiva foram "encontrados" na abertura da trans-amazônica, os tenharim, os Juma, urueuwauwau, djahui, e outros. eram subgrupos de um mesmo povo, que viviam entre a aliança, a guerra e o comércio.
Como um povo Tupi, os kawahiva migram em pequenos grupos, de as vezes duas famílias nucleares. Alguns desses grupos foram desde toda essa história se embrenhando na mata, fugindo, se escondendo, sobre sub vivendo. Os pequenos grupos kawahiva que ainda hoje (!!) vivem isolados, em manchas de mato nos confins de fazendas de gado, desenvolveram uma forma fugitiva de vida, de migração perene, de não fazer roça, de não deixar rastros. Vários com certeza foram assassinados por peão de fazenda nos últimos anos, e alguns resistem, bravos. Tentam ser eles mesmos com um mínimo de paz. Dependem da bondade dos caras que os vêem primeiro, dos próprios saberes para se virarem em fuga, e da ação da FUNAI. Eu vi um tapiri, uma cabana, de dois caras que vivem só, e pensei nessa história toda. A casinha tá lá, eles tão lá.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

BELO MONTE

O PESSOAL QUER FAZER A BARRAGEM
PRA BARRAR O RIO DE SEGUIR A VIAGEM
FAZER UM LAGO PRA GERAR ENERGIA,
MAS NA BERA DO RIO TAMBÉM TEM DIA-DIA
SE HUMANIDADE É O CENTRO AGENTE CRESCE SOZINHO,
MAS AGENTE É PEQUENO E O MUNDO É O NINHO.
A NATUREZA É LÁ FORA, EXPLICA A CIÊNCIA,
MAS AGENTE NO COSMO, NÃO TEM PREFERÊNCIA.
DIZ QUE PRA MELHORAR E CRESCER
MAS NO FUNDO NO FUNDO
É SEMPRE O PODER.

CRESCER É BOM PRA NÓIS FICAR BEM
MAS PENSAR COM RAZÃO FAZ PARTE TAMBÉM