quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Cheiro ruim


Um caranguejo vermelho se esmerava em não cair do tronco ao avistar o suntuoso peixe vagando oportunista. Nas vísceras da lama comera carne podre de outro peixe de noite na maré baixa. Adormeceu seus olhos antenados no fundo. As formigas compunham o micro-mangue dos olhos. Uma canoa cortava a água suave, e o tempo do remador era próprio do mangue. Ele tinha a manha, metia a mão fundo nos buracos, o braço inteiro. Por mais que fosse grosso o coro de sua mão, a pincelada do caranguejo dói. QUando sua mão se aproxima do vermelho ser ele agarra um tanto de lama e atola nos olhos antenados do caranguejo, que morre agonizando na água fervente. O mangue alimenta o caranguejo que alimenta o remador que cagou no mangue.

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