segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

SALTOS ORNAMENTAIS

morar numa redoma de objetos e relações que fossem separadas da natureza. Deixar bem claro que por mais que fosse linda, a natureza era outra, o alter ego do nosso eu, onde vivia um outro outro, selvagem, índio, bárbaro, que precisava evoluir aprendendo conosco como se desligar do tosco.
E assim fomos vivendo nossa vida. os cientistas, paladinos da cultura, subiam à luz e traziam as respostas acerca da natureza, respostas quase que divinas e inquestionáveis. Eles são os sacerdotes que acessam a verdade que orienta nossa conduta. Eles cruzam a ponte do nosso mundo, da cultura, e vão na natureza, cheios de instrumentos culturalizantes, e trazem as respostas.
Um reboliço grande. Tempestades, enchentes, expectativas de tempos difíceis. Uma grande chuva aumenta o preço da comida. Um estrada impede a migração de sapos, o que numa cadeia incompreensível em nossos paradigmas, diminui a produtividade de sei lá o que. As poéticas borboletas são importantes para polinizar flores. Somos jogados de volta no meio da natureza. Bem no meio. E agente se olha com cara de bosta. E os paladinos sacerdotes não têm todas as respostas, suas saídas repentinas da caverna não bastam mais. A caverna pode alagar com o derretimento das calotas...

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