terça-feira, 22 de julho de 2008

Dia 15 de julho viajei para Ituberá


Dia 15 de julho viajei para Ituberá, costa do Dendê, na Bahia. De manhã bem cedo Elisa linda me pegou em casa e me levou até o aeroporto. Aeroporto. 23 de maio. Táxi, Salvador bombando, pouco vi da cidade. Mas vi um homem pescando numa lagoinha do lado de uma grande avenida. E um monumento ao Magalhães que morreu, esse último que morreu jovem, acho que de nome Luís. Enterraram o coração dele, que fora retirado para exame, embaixo de uma estátua. Fala sério!
Ferry boat, 40 minutinhos até a ilha de Itaparica. Bumba. Passagem por Nazaré das Farinhas (terra do Vampeta), Valença, (terra de meu tataravô Zacarias de Góis), Taperoá (do tupi taperyva, cajá, aquela fruta), Nilo Peçanha. Ruas com cara de tempo, cidades situadas. Incrustadas nas pedras e nos paralelepípedos e presas ali desde um ano certo. Diferente de São Paulo, que detona suas raízes e foda-se. Veja que engraçadas essas fotos, esses paletós.
Na parada conversas dos locais. O banqueiro preso. A novela. O brasileirão. Provavelmente, dias antes, Ana jatobá e Isabela. Uma comunidade virtual Brasileira que se ergue alheia as pessoas, aos locais, inserção no nada global da globo. Massificação da informação midiática, é o oposto exato da democratização do conhecimento. Mas a cultura não é estanque, não é passiva, reage e re-interpreta, diz a antropologia. Talvez o Brasil também se costadodendêíze, espero que não pelo esteriótipo raso do Bahiano mas pela raiz verdadeira de um povo que existe no seu lugar.
Mares de morros continente a dentro, até onde alcança a vista. Plantações variadas, cacau, banana, cravo, várias paradas. Perguntei pela razão do nome da cidade, Ituberá. Me disseram: `águas reluzentes’. Fez sentido: Topã em tupi (em Wajãpi) designa o trovão, não na nossa assimilação científica mas em relação ao ente espiritual relacionado, numa cosmologia que não separa em planos diferentes a cultura como produção humana, os espíritos em seu mundo sobrenatural e a natureza como objetividade empírica.
Mas, topã é o trovão. Topã Werá é o raio, então algo tipo ‘a luz do trovão’, num chute livre. Gosto de chutar livremente de fora da área, uma bomba reta certeira, mas as vezes espana e eu isolo. Ytu é cachoeira, então talvez Ytu werá seja luz da cachoeira, cachoeira luminosa. Luminosidade da cachoeira, algo assim. Quem sabe não é por causa dessa cachoeira, tão imponente. Chama cachoeira da Pancada Grande. Entrei embaixo dela, tava bom demais ali.
Visitei uma sala de alfabetização de adultos num assentamento do MST. Pessoas de idade aprendendo a ler de noite, depois de labutar na roça o dia todo. Lição de vida. Bora gente.

Um comentário:

Unknown disse...

È urubu, essa região é muito rica de belezas naturais, um povo hospitaleiro e cheio de raizes muito forte e uma cultural explendida, além de tudo isso é a minha TERRA NATAL !!! TE AMO ITUBERÁ .
Sandra